Como uma rotina de caminhadas ou pedaladas beneficia a prevenção de condições cardiometabólicas
Como uma rotina de caminhadas ou pedaladas beneficia a prevenção de condições cardiometabólicas

17/12/2023, 19:31 • Atualizado em 21/12/2023, 17:30

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Investigação gaúcha indica que deslocamentos ativos reduzem a prevalência de diabetes e obesidade, mas também dependem de políticas de urbanização

Diversas pesquisas comprovam que o sedentarismo está diretamente relacionado com o desenvolvimento de fatores de risco para doenças cardiovasculares. Por isso, uma das principais formas de prevenção indicadas é a realização de atividades físicas. Uma recente investigação realizada no sul do Brasil fortalece ainda mais essa orientação.

O estudo Association Between Active Commuting and Cardiometabolic Diseases in Primary Health Care Users aponta que o deslocamento em atividades diárias pode influenciar na prevalência de condições cardiometabólicas. Ele foi publicado na última edição do International Journal of Cardiovascular Sciences (IJCS), periódico da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC).

Mais de 1440 pacientes foram incluídos no estudo, realizado entre maio e agosto de 2019 em Passo Fundo, no Rio Grande do Sul. As características sociodemográficas da cidade foram analisadas, assim como informações sobre diagnóstico de doenças cardiometabólicas e o deslocamento para atividades diárias.

Trajetos realizados a pé ou de bicicleta foram classificados como deslocamento ativo. Já o uso de carro, moto ou ônibus para atividades diárias, categorizam deslocamentos passivos.

“Os principais achados do estudo mostraram que, na população analisada, pessoas que se deslocam ativamente apresentaram menor prevalência de Diabetes Mellitus tipo 2 e obesidade”, diz Lucas Bressan, autor do artigo.

A análise também identifica o perfil das pessoas que priorizam o deslocamento ativo. Segundo dados levantados, são pessoas solteiras, com menor nível educacional e menor renda familiar. Lucas acredita que o poder aquisitivo da população influencia nesse resultado.

“Em um país em desenvolvimento, como é o caso do Brasil, o deslocamento ativo se mostra como uma ferramenta de economia, uma escolha por necessidade. Essa hipótese se alinha com outros estudos realizados neste tópico”, ele afirma.

Segundo Lucas, outros países, principalmente os mais desenvolvidos, possibilitam mais deslocamento ativo, por meio de bicicletas. Além de diferenças culturais, quesitos econômicos e de infraestrutura urbana também influenciam no hábito. Para promover o deslocamento ativo, é preciso segurança, ressalta o autor.

“Faz-se necessária a criação e expansão de ciclovias nas principais avenidas das cidades. Além disso, seria fundamental facilitar o acesso, possivelmente com a criação de pontos de autosserviço para aluguel de bicicletas, como ocorre no Rio de Janeiro e em outros países, como França e Holanda. Isso promoveria um aumento significativo no deslocamento ativo”, diz ele.

Lucas acredita ser importante expandir a amostragem da pesquisa futuramente, analisando outras populações e o impacto do deslocamento ativo em outras doenças, não apenas condições cardiometabólicas.

Fomentar o deslocamento ativo como um método de prevenção primária pode impactar positivamente a esfera da saúde, mas não somente. O manejo de doenças crônicas exige grande investimento de recursos financeiros a longo prazo. Entender o impacto desses hábitos em outras doenças poderia ajudar a prevenir desdobramentos negativos de saúde e econômicos.

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