Riscos isquêmico e hemorrágico em pacientes em hemodiálise com fibrilação atrial
Riscos isquêmico e hemorrágico em pacientes em hemodiálise com fibrilação atrial

23/12/2022, 10:09 • Atualizado em 21/12/2023, 17:30

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Recente estudo busca investigar a utilização de anticoagulantes em pacientes com a condição descrita

Fibrilação atrial e doença renal crônica são condições associadas com um risco aumentado de acidente vascular cerebral, morbidade cardiovascular e mortalidade. Ambas compartilham fatores de risco em comum, como idade avançada, hipertensão e diabetes mellitus. Estudos mostram que existe uma associação ainda mais direta entre ambas.

Em grupos de pacientes diagnosticados com doença renal crônica, a prevalência da fibrilação atrial pode ser notada. Em pacientes dependentes de diálise, a condição está presente em 15% a 40% da população. Nos que não dependem do procedimento, o número varia entre 16% e 21%. Esses dados foram citados no estudo Hemorrhagic Versus Ischemic Risk in Patients with Atrial Fibrillation on Hemodialysis.

Apesar das altas taxas, ainda não existem recomendações baseadas em evidências de alta qualidade para tratar adequadamente esses pacientes. Essa foi a motivação para a pesquisa, publicada na última edição do International Journal of Cardiovascular Sciences (IJCS), periódico internacional da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC).

O estudo avalia o risco isquêmico e risco hemorrágico em pacientes com fibrilação atrial sob tratamento de hemodiálise. Uma outra motivação para tal foi o resultado de uma investigação feita em Okinawa, no Japão.

Nesta última, foi constatado que o risco de hemorragia intracerebral era dez vezes maior em pacientes com doença renal crônica em diálise do que naqueles que não possuíam o diagnóstico da doença.

Uma das maiores dúvidas, que a atual pesquisa tenta responder, é sobre o tratamento desses pacientes. Não está claro se eles devem ser anticoagulados, já que atualmente não existem dados randomizados sobre a utilização de antagonistas da vitamina K ou via oral direta de anticoagulantes nesse grupo de pacientes.

Para o estudo, quarenta e seis pacientes incidentes que iniciaram hemodiálise entre 2011 e 2015 foram incluídos. Apenas pacientes incidentes que estavam em hemodiálise regular tratamento por pelo menos três meses foram considerados elegíveis.

Vinte e oito pacientes apresentavam fibrilação atrial antes da hemodiálise, e dezessete estavam em anticoagulação oral. Dezoito desenvolveram a condição durante o tratamento. Desses, apenas cinco iniciaram o tratamento anticoagulante.

O resultado mostrou que não foi identificada uma diferença significativa de incidência de eventos isquêmicos e hemorrágicos nos grupos de pacientes com e sem o medicamento anticoagulante. Foi constatado que o benefício do anticoagulante oral nesses pacientes permanece questionável.

No entanto, pacientes com AVC prévio, ataque isquêmico transitório ou evento tromboembólico parecem ter um risco maior de novos eventos isquêmicos e podem se beneficiar da anticoagulação, o que abre portas para investigações futuras mais específicas.

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