Revista da SOCESP aborda o impacto do cardiometabolismo na saúde da população brasileira
03/07/2025, 14:26 • Atualizado em 03/07/2025, 14:25
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O cardiometabolismo é tema da nova edição da Revista Científica da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (SOCESP). A publicação aprofunda a discussão sobre uma das principais ameaças à saúde pública, que atinge 38,4% da população adulta no Brasil, com impactos diretos no aumento do risco de doenças cardiovasculares, diabetes e insuficiência renal.
O conceito de cardiometabolismo reúne condições como obesidade, resistência à insulina, dislipidemia e hipertensão, que, isoladas ou combinadas, elevam significativamente o risco de complicações cardiovasculares. Dados mostram que a síndrome metabólica afeta de 20% a 25% da população adulta mundial, com crescimento proporcional à idade, e representa hoje a principal causa de morbimortalidade global. No Brasil, os custos diretos e indiretos dessas doenças chegam a US$ 10 bilhões por ano.
Em editorial, o editor-chefe da revista, Luís Henrique Wolff Gowdak, relembra que a relação entre alterações metabólicas e doença aterosclerótica, embora hoje seja consenso, só foi demonstrada em 1979, a partir dos dados do Framingham Heart Study, quando os pesquisadores Kannel e McGee identificaram o diabetes como fator de risco cardiovascular. “Recentemente, o termo foi expandido para síndrome cardiorrenal metabólica, ao incluir a disfunção renal crônica como fator emergente de risco cardiovascular”, destaca Gowdak.
A edição traz discussões aprofundadas sobre os fatores de risco tradicionais, a inter-relação entre inflamação e doença cardiovascular, o manejo da dislipidemia em pacientes com doença renal ou hepática, além de abordar um tema atual e controverso: a existência ou não de uma ‘obesidade saudável’.
Também estão presentes análises sobre como os fatores cardiometabólicos se associam a condições clínicas comuns, como insuficiência cardíaca e disfunção renal, além de discutir as alterações cardiometabólicas na menopausa e revisar o papel da doença hepática esteatótica como fator de risco cardiovascular emergente.
A publicação conta com oito artigos médicos, além de um suplemento multiprofissional com cinco artigos produzidos pelos Departamentos de Enfermagem e Odontologia da SOCESP, além de cinco podcasts e um relato de caso, oferecendo uma abordagem ampla, atualizada e acessível sobre o tema. A edição teve coautoria de Lilia Nigro Maia e Eduardo Gomes Lima.
O acesso à revista é gratuito e está disponível no site da SOCESP.