Relação entre grau de disautonomia e categorias de risco em pacientes com cardiopatia chagásica
Relação entre grau de disautonomia e categorias de risco em pacientes com cardiopatia chagásica

23/12/2022, 10:21 • Atualizado em 21/12/2023, 17:30

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Estudo utiliza método da análise de variabilidade da frequência cardíaca pelo Holter para investigar hipótese, que parte de dados relevantes

sobre a doença de Chagas

Aproximadamente um terço dos pacientes com doença de Chagas evolui para cardiopatia chagásica e tem a morte súbita como seu principal mecanismo de morte. Estudos apontam o fenômeno da disautonomia como relevante, intenso, independente e precoce na história natural da doença (ainda com função sistólica ventricular preservada), podendo ser mecanismo deflagrador de arritmias ventriculares malignas.

Partindo desse conhecimento, surgiu a hipótese do estudo Dysautonomia Evaluation by Holter in Chagas Heart Disease, publicado na última edição do International Journal of Cardiovascular Sciences (IJCS), periódico internacional da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC).

“A nossa hipótese era avaliar o grau de disautonomia em pacientes com cardiopatia chagásica entre as diferentes categorias de risco estratificadas pelo escore clínico de Rassi, utilizado no nosso trabalho como desfecho substituto de morte”, conta Michele Alves, coautora da pesquisa.

O trabalho ainda tinha um objetivo secundário: avaliar a associação dos achados de disautonomia pelo Holter e a densidade de arritmias ventriculares entre os pacientes de diferentes grupos de risco com cardiopatia chagásica.

A pesquisa envolveu 43 pacientes com cardiomiopatia chagásica estratificados em categorias de risco com base no escore de Rassi, sendo 23 classificados como de baixo risco e 20 como de risco intermediário a alto.

A variabilidade da frequência cardíaca foi avaliada por meio de monitoramento Holter para registros de longa duração de 24 horas (domínio do tempo) e para registros de curta duração de 5 minutos (domínio da frequência) em repouso e após testes autonômicos: respiração profunda e manobra de Valsalva. As variáveis ​​da VFC foram comparadas entre os grupos por meio do teste t de Student e α=0,05.

“Após a comparação dos resultados da análise de variabilidade da FC pelo Holter entre os grupos, não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas para nenhum dos índices de variabilidade utilizados. Observou-se, contudo, um aumento significativo do número de arritmias com a elevação gradual do risco entre as categorias (p=0,02)”, Michele esclarece sobre os resultados.

O estudo, portanto, demonstra que a análise de variabilidade da frequência cardíaca pelo Holter não se revela útil na avaliação de disautonomia em pacientes com cardiopatia chagásica crônica, estratificados em diferentes categorias prognósticas. Porém, outros resultados mostram-se relevantes.

“Evidenciou-se um aumento progressivo da densidade de arritmias ao longo dos grupos de risco. Esse achado ratifica o modelo mecanicista de uma associação importante entre arritmias e morte na cardiopatia chagásica, conforme já conhecido, mas não o da presença do fenômeno da disautonomia participando desse processo”, diz Michele.

Ela ainda afirma que a pesquisa abre portas para investigações com métodos mais acurados e com maior amostra de pacientes nas categorias de médio e alto risco: “novos estudos podem demonstrar o real papel dos marcadores de disautonomia na estratificação de risco e sua correlação com mortalidade em pacientes com cardiopatia chagásica crônica”, afirma.

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