Especialização em cardio-oncologia trará melhora qualitativa no atendimento a pacientes com câncer
Especialização em cardio-oncologia trará melhora qualitativa no atendimento a pacientes com câncer

30/04/2021, 15:44 • Atualizado em 21/12/2023, 17:30

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Para o coordenador de Assistência do INCA, Gélcio Luiz Quintella Mendes, a pós-graduação ofertada pela SBC, em parceria com o Instituto e o INC, trará oportunidades de aprimoramento ao tratamento oncológico

Inscrição para a pós-graduação em cardio-oncologia vai até 13 de maio. As aulas têm início no dia 17/5

As doenças cardiovasculares (DCV) e o câncer têm elevada prevalência e são responsáveis por milhares de óbitos todos os anos, liderando todas as estatísticas de mortalidade antes da pandemia de Covid-19. Anualmente, são mais de 18 milhões e 9 milhões de óbitos por DCV e neoplasias, respectivamente.

Estima-se que mais de 14 milhões de brasileiros tenham cardiopatias, e são mais de 380 mil mortes todos os anos. Estima-se que em 2020, aproximadamente 626 mil indivíduos sejam diagnosticados com um novo câncer, e foram observados mais de 200 mil óbitos. Trata-se de relevante problema de saúde pública, por isso o impacto das terapias oncológicas em pacientes com e sem DCV tem sido alvo de recente atenção dos especialistas.

“A colaboração entre a cardiologia e a oncologia é importante para o enfrentamento dessas enfermidades e o desenvolvimento alcançado nessas especialidades tem propiciado aumento na expectativa de vida. Com o envelhecimento da população e as altas taxas de incidência e mortalidade em decorrência das neoplasias e das DCV, surge a necessidade de buscarmos novas fronteiras do conhecimento para mudar esse cenário de morbidade e mortalidade da população brasileira”, afirmou Gélcio Luiz Quintella Mendes, diretor de Assistência do Instituto Nacional do Câncer (INCA).

Órgão auxiliar do Ministério da Saúde no desenvolvimento e coordenação das ações integradas para a prevenção e o controle do câncer no Brasil, o INCA é parceiro da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), juntamente com o Instituto Nacional de Cardiologia (INC), na Pós-graduação lato sensu em Cardio-oncologia. A especialização tem como objetivo formar profissionais para um futuro que terá, cada vez mais, pacientes com neoplasias e doenças cardiovasculares.

“A cardio-oncologia promove o diálogo entre os diversos especialistas envolvidos com a terapia oncológica e a cardiologia. O cuidado integral ao paciente com câncer é o principal objetivo, priorizando-se a atenção compartilhada com toda a equipe multidisciplinar que auxilia esses pacientes”, explica Mendes.

A comunidade científica tem se empenhado na pesquisa para garantir inovações capazes de mudar a vida da população e a cada dia mais pacientes com diagnóstico de neoplasia têm possibilidades terapêuticas. Entretanto, segundo o especialista do INCA, essas terapias oncológicas podem causar efeitos deletérios ao coração e elevar a incidência de DCV no paciente oncológico. Também há, dada a alta prevalência de doenças do coração, a concomitância de cardiopatia e neoplasia, o que requer atenção especial.

Os cardiopatas requerem cuidados especiais quando necessitam de tratamentos oncológicos e, por sua vez, o tratamento do câncer pode agravar a condição cardiovascular. E mesmo pacientes sem cardiopatia podem desenvolver complicações em virtude do tratamento.

“Portanto, é necessário prevenir, diagnosticar e tratar as complicações da terapia oncológica, como a cardiotoxicidade, para garantir o tratamento oncológico adequado, ampliando as chances de cura ou dando maior qualidade à sobrevida desses pacientes”, destaca Mendes.

Para ele, a união das duas especialidades é fundamental na jornada do paciente com câncer, trazendo maior segurança e possibilitando a conclusão do tratamento oncológico com menor risco de desenvolvimento de toxicidade e propiciando uma melhor condução do cuidado.

“Por isso, essa articulação da oncologia com a cardiologia se torna cada vez mais necessária. Eu diria que hoje a cardio-oncologia, muito além de um desejo, é uma necessidade”, garante o coordenador do INCA, ressaltando que a Pós-graduação lato sensu em Cardio-oncologia trará oportunidades ao aprimoramento do tratamento oncológico.

“Com a especialização, esse profissional da cardio-oncologia vai receber formalmente uma série de informações e conceitos que trarão uma melhora qualitativa no atendimento aos pacientes, pois será um cardiologista especialista que vai conhecer bem essa interação entre o câncer e aparelho cardiovascular. A expectativa é que essa pós-graduação gere uma série de profissionais habilitáveis e com conhecimento profundo sobre a cardio-oncologia”, acredita Mendes.

Prevenção e diagnóstico

Outro pronto importante lembrado por Gélcio Mendes e que impacta tanto na prevenção das doenças cardiovasculares como da neoplasias são os fatores de risco modificáveis. Estudos demonstram que pacientes com estilo de vida saudável têm mais força para enfrentar o câncer e as quimioterapias e menor chance de desenvolver ou de voltar a ter tumores.

“Sabemos que os principais fatores de risco para o câncer também o são para as DCV. Obesidade, tabagismo e inatividade física estão relacionados ao desenvolvimento dessas doenças. Identificar e reverter essas condições é importante para evitar as neoplasias, as cardiopatias e a evolução para desfechos mais complicados dessas enfermidades”, salienta o diretor de Assistência do INCA.

Mendes também reforça que o diagnóstico precoce é muito importante para evitar a evolução das neoplasias. No entanto, apesar do Brasil ter uma rede de assistência ao paciente oncológico bem desenvolvida, o grande desafio é o acesso ao diagnóstico do câncer em fase inicial.

“A questão para essa dificuldade é multicausal. Existe uma questão cultural que efetivamente limita a procura do médico nas fases iniciais, mas temos grandes hiatos na nossa atenção básica. Ainda temos a falta de profissionais capacitados de modo a suspeitar de câncer, a dificuldade de realizar exames complementares (endoscopia, colonoscopia e tomografia) e a escassez de patologistas. Esses são pontos bem complicados hoje no Brasil”, lamenta o especialista.

Para Mendes, a relevância epidemiológica das neoplasias e também das doenças cardiovasculares impõe um olhar diferenciado, e a especialização em cardio-oncologia poderá promover a melhoria da qualidade assistencial a toda a sociedade brasileira. “Esse curso trará um grande benefício não só aos pacientes oncológicos, mas principalmente à população”, concluiu.

Inscrições para a Pós-graduação em Cardio-oncologia

O curso lato sensu em cardio-oncologia é destinado a egressos dos programas de Residência Médica em Cardiologia; egressos de especializações em cardiologia; portadores do Título de Especialista em Cardiologia da AMB/SBC; e portadores de Certificado de Área de Atuação em Cardiologia Pediátrica da AMB/SBC.

Oferecida na modalidade de educação a distância (EAD), em caráter excepcional pela pandemia de Covid-19, a pós-graduação está separada em duas fase: a primeira baseada nos fundamentos da cardio-oncologia e a segunda na aplicação do conhecimento. O aluno passará por avaliações periódicas em que deverá aplicar o conhecimento adquirido. É abrangente e trata o tema em profundidade com 36 módulos compostos por mais de 100 videoaulas e possui carga horária de 446 horas.

As vagas são limitadas. As inscrições podem ser feitas até o dia 13 de maio e as aulas têm início no dia 17 do mesmo mês.

Mais informações e inscrições no site universidade.cardiol.br/pos-cardio-oncologia.

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