Comissão aprova matriz de competência de eletrofisiologia clínica cardíaca com duração de dois anos
Comissão aprova matriz de competência de eletrofisiologia clínica cardíaca com duração de dois anos

17/11/2021, 11:11 • Atualizado em 21/12/2023, 17:30

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A Comissão Nacional de Residência Médica do Ministério da Educação também aprovou em outubro as matrizes de ergometria, hemodinâmica e estimulação cardíaca eletrônica implantável

Avanços em prol da formação médica de qualidade foram alcançados no dia 21 de outubro, com a aprovação das matrizes de competência de eletrofisiologia clínica cardíaca, ergometria, hemodinâmica e estimulação cardíaca eletrônica implantável junto à Comissão Nacional de Residência Médica do Ministério da Educação.

Matriz de competência é o descritivo de todas as habilidades e conhecimentos que um residente precisa aprender durante a residência médica para que esteja capacitado a atuar em determinada especialidade. Sua finalidade é garantir um aprendizado completo e uniformizado, independentemente de onde ele está sendo aplicado.

Leandro Ioschpe Zimerman, diretor de Tecnologia da Informação da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), fez parte da equipe de elaboração da matriz de competência de eletrofisiologia. Segundo ele, o cardiologista geral, durante sua formação, aprende o básico sobre eletrofisiologia (arritmias), insuficiência cardíaca, cardiopatia isquêmica e diversas outras áreas. Com a residência específica, ele se torna um especialista nesta área.

Durante dois anos, o residente vai adquirir conhecimentos clínicos para administrar tratamentos com medicamentos, além de conhecimentos de métodos não invasivos, como Holter, avaliação de eletrocardiograma e teste de inclinação. Também vai aprender assuntos mais complexos, como procedimentos para implantes de marcapassos, desfibriladores e ressincronizadores, e ainda, procedimentos com cateter para diagnóstico e tratamento de arritmias, como ablações por radiofrequência ou por outros métodos.

Antes da aprovação desta matriz de competência, a formação do eletrofisiologista no Brasil pelo Ministério da Educação (MEC) era feita em um ano, o que, segundo o diretor de Tecnologia da Informação da SBC, é insuficiente. “Em praticamente todo o mundo, sua duração é de dois anos e, eventualmente, de três, para assuntos mais complexos. Mesmo no Brasil, as residências não vinculadas ao MEC, em geral, ocorrem em dois anos. Além disso, ainda havia o problema de o médico receber o título com uma formação incompleta e, por já ser titulado, ser impedido de fazer uma segunda formação no mesmo tema, no Brasil. Por isso, a mudança para dois anos foi extremamente importante.”

A matriz de competência de eletrofisiologia em dois anos só entrará em vigor nas residências que começarem em 2023, pois vários editais para 2022 já foram publicados e estipularam o treinamento em apenas um ano, como era até então.

Para Zimerman, é importante ressaltar o papel da SBC e da Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas (SOBRAC) nessa conquista. “Foi uma batalha de todos, várias pessoas se envolveram com o mesmo objetivo. A SBC se interessou porque esta questão é fundamental para a formação do cardiologista, que estava fazendo uma subespecialidade incompleta.”

Estimulação cardíaca e ergometria

Com relação à matriz de estimulação cardíaca, o residente irá aprender sobre a implantação de dispositivos eletrônicos em pessoas com determinados tipos de arritmias cardíacas, para prevenir sintomas relacionados à bradicardia ou taquicardia e também à morte súbita. Esses dispositivos são, basicamente, o marcapasso, os cardioversores desfibriladores implantáveis, os ressincronizadores cardíacos e os monitores de evento eletrocardiográficos.

“Há vários dispositivos com aplicações específicas para cada tipo de paciente, e o residente precisa saber avaliar a indicação, aprender os procedimentos cirúrgicos para implantá-los, como lidar em eventuais dificuldades que possam ocorrer durante a operação e como acompanhar esses dispositivos”, explica Ricardo Alkmim Teixeira, presidente da SOBRAC, de defendeu a matriz perante a comissão.

Os dispositivos eletrônicos precisam ser programados e submetidos a revisões periódicas para avaliação de baterias, de desempenho e de eventuais alterações de funcionamento. O residente precisa ter a capacidade de identificar isso durante o acompanhamento dos pacientes.

Já segundo a matriz de competência de ergometria, o residente deve conhecer as indicações do eletrocardiograma de esforço e de outros exames. “Como vivemos a era da multimodalidade na avaliação da cardiopatia isquêmica, existem outros métodos de diagnósticos não invasivos. É preciso dominar as indicações e contraindicações do método, os protocolos utilizados, conhecer as principais intercorrências clínicas, saber como agir no caso de uma ocorrência e, inclusive, entender como é a rotina da sala da ergometria. Além disso, é preciso saber como se relacionar com o paciente e aplicar o termo de consentimento”, conta Gabriel Grossman, presidente do Departamento de Ergometria, Exercício, Cardiologia Nuclear e Reabilitação Cardiovascular da SBC (DERC/SBC).

Tanto a matriz de competência de estimulação cardíaca quanto a de ergometria têm duração de um ano cada e foram construídas agora, ou seja, não se trata de atualização.

Zimerman diz que não havia matriz de competência de várias especialidades e subespecialidades. “Agora, a Comissão Nacional de Residência Médica olhou com atenção para esse fato e resolveu organizar as informações.”

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