Cardiologia brasileira é destaque no cenário nacional da saúde e da ciência
Cardiologia brasileira é destaque no cenário nacional da saúde e da ciência

13/08/2021, 15:45 • Atualizado em 21/12/2023, 17:30

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Cronologia dos marcos científicos reforça a relevância da SBC e da especialidade no país

A Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) comemora 78 anos e desde sua fundação, em 1943, atua com o compromisso de expandir e difundir o conhecimento na área da cardiologia, congregando médicos e profissionais da saúde que tenham interesse pela especialidade, estimulando a pesquisa e divulgando junto à sociedade civil os aspectos epidemiológicos das doenças cardiovasculares, sua prevenção e tratamento.

“Em consonância com a constante evolução da medicina, frente às necessidades, a SBC atua na promoção do desenvolvimento do cardiologista para a realização de ações em prol da saúde, e a elaboração de diretrizes sobre vários temas da especialidade tem sido uma prioridade, balizando à prática da cardiologia e contribuindo com a implantação de políticas de saúde no Brasil”, destaca o presidente da entidade, Celso Amodeo.

A cronologia dos marcos científicos da cardiologia brasileira – painel com a linha do tempo, que traz as personalidades e os grandes feitos da especialidade no país, localizado na sede da SBC, no Rio de Janeiro, desde agosto de 2020 –, além de homenagear os cardiologista, mostra o destaque que a especialidade tem no cenário nacional da saúde e da ciência.

Definida a partir da colaboração da diretoria atual da entidade, ex-diretores e associados ativos da SBC, a cronologia dos marcos científicos da cardiologia é relevante para mostrar a importância da especialidade e reforçar que é com a experiência do passado e o dinamismo do presente, que a entidade se prepara para os compromissos, responsabilidades e desafios do futuro.

“‘A SBC congrega cerca de 14 mil cardiologistas e é de grande importância que a entidade oferte educação médica continuada por meio de cursos, congressos, os webinares, bem como disponha de departamentos de todas as subespecialidades da cardiologia para a ampliação do conhecimento científico, além de dispor dos Arquivos Brasileiros de Cardiologia (ABC Cardiol) – a revista mais importante da especialidade que temos no Brasil e uma das poucas indexadas pelo PUBMED, o que permite que o mundo conheça a produção científica brasileira. Todos esses feitos são de extrema relevância e estão presentes na linha do tempo da cardiologia”, ressalta Amodeo.

Fazem parte da cronologia dos marcos científicos da cardiologia brasileira:

1898 – Obra pioneira sobre Moléstias do Coração e dos Grandes Vasos Arteriais, de Martins Costa e Carlos Alvarenga, seguida de Noções Fundamentais de Cardiologia, de Osvaldo de Oliveira.

1909 – Identificação da Doença de Chagas por Carlos Chagas, que realizou a identificação do agente patológico (Trypanosoma cruzi) da forma de transmissão e do quadro clínico da moléstia.

1930 – Criação do Instituto Municipal de Cardiologia e realização do primeiro curso de eletrocardiografia na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo por Dante Pazzanese.

1938 – 1º Simpósio Brasileiro sobre Insuficiência Coronariana, realizado na Sociedade de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro, sob a coordenação de Edgard Magalhães Gomes.

1941 – 1º Curso Anual de Cardiologia, realizado pelo Serviço de Cardiologia do Hospital Municipal de São Paulo. Coordenação: Dante Pazzanese.

1941 – Criação do Serviço de Assistência às Moléstias Cardiovasculares. Direção: Genival Soares Londres (atual IECAC – Instituto Estadual de Cardiologia Aloysio de Castro).

1942 – Curso de eletrocardiografia ministrado por Frank Wilson, realizado no Hospital Municipal de São Paulo.

1943 – Fundação da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), em 14 de agosto. Os participantes do 3º Curso do Serviço de Cardiologia do Hospital Municipal de São Paulo, liderados por Dante Pazzanese, fundaram a SBC, tendo como membros fundadores: Dante Pazzanese (presidente, SP), Alcides Ayrosa (vice-presidente, SP), José Proença Pinto de Moura (secretário-geral, SP), Osvaldo Faber (subsecretário, SP), Quintiliano H. Mesquita (tesoureiro, PB) e Leovigildo Mendonça de Barros (diretor de revista, MG).

1944 – Primeira reunião anual da Sociedade Brasileira de Cardiologia, em 12 de novembro, organizada por José Proença Pinto de Moura.

1948 – Publicação do 1º volume do periódico oficial da SBC – Arquivos Brasileiros de Cardiologia, tendo como editor Jairo de Almeida Ramos, tornando-se a mais importante revista da cardiologia da América do Sul.

1948 – Maurício Rocha e Silva descobriu e isolou a bradicinina, princípio ativo proveniente do veneno da Bothrops jararaca.

1958 – 1ª Publicação descrevendo o mecanismo de puncionamento e condução lenta pela junção AV, realizado por Antonio Paes de Carvalho (RJ), Brian F. Hoffman (Nova Iorque) e Paul F. Cranefield (Nova Iorque).

1959 – Primeira cátedra de cardiologia do país, assumida mediante concurso, por Aarão Burlamaque Benchimol, na Faculdade de Ciências Médicas da Universidade do Estado da Guanabara.

1960 – Realizado o VI Congresso Interamericano de Cardiologia do Rio de Janeiro, promovido por Edgard Magalhães Gomes, o primeiro presidente brasileiro a dirigir um evento internacional de cardiologia.

1963 – Descoberta do fator de potencialização da bradicinina, pelo pesquisador Sérgio Henrique Ferreira, um peptídeo extraído do veneno da Bothrops jararaca que possibilitou o desenvolvimento de um medicamento usado no tratamento da hipertensão arterial e insuficiência cardíaca.

1966 – Realizada as primeiras cineangiocoronariografias no Brasil por José Eduardo Moraes Rego Sousa (SP), seguido por Siguemituzo Arie (SP), Stans Murad Neto (RJ), Pierre Labrunie (RJ), Carlos Gottschall, difundindo a técnica no Brasil.

1968 – Realizado o primeiro transplante de coração, no Hospital das Clínicas de São Paulo, por Euryclides Zerbini (17º transplante realizado no mundo).

1968 – Criação do Título de Especialista em Cardiologia pela Sociedade Brasileira de Cardiologia sendo posteriormente regulamentado pela Associação Médica Brasileira (AMB) e Conselho Federal de Medicina (CFM) por meio da Resolução CFM nº1286/89.

1971 – Primeira recanalização mecânica de artéria coronária no infarto do miocárdio por cateterismo documentada no mundo, realizada em São Paulo, por Norberto Galiano.

1974 – A tecnologia do Ecocardiograma é introduzida no Brasil por Nelson Souza e Silva e difunde-se através de Fernando Morcerf, Rubens Thevenard, Jonas Talberg e Jorge Moll, no Rio de Janeiro; Juarez Ortiz e Alfonso Barbato, em São Paulo; Fernando Santos, em Belo Horizonte; Iran Castro, em Porto Alegre; e Paulo Brindeiro, no Recife.

1975 – Técnica de correção da transposição completa das artérias com troca da aorta pela pulmonar, cirurgia conhecida mundialmente “Cirurgia de Jatene”, publicada por Adib Jatene e sua equipe.

1979 – Primeira Angioplastia Coronariana realizada na América do Sul por Costantino Costantini, em Curitiba.

1982 – 1ª Publicação brasileira que descreveu a “origem endocárdica” da arritmia. No final da década de 1970, no Instituto do Coração – Incor, foi iniciada por Eduardo Sosa (SP) e Miguel Barbero (SP) a implantação do programa de ablação cirúrgica com base no mapeamento eletrofisiológico. Essa descoberta foi um marco no tratamento ablativo da taquicardia ventricular sustentada na cardiopatia chagásica.

1982 – Rafael Leite Luna foi o primeiro cardiologista brasileiro a integrar a diretoria da Federação Internacional de Cardiologia, ocupando o cargo de representante das Fundações Americanas de Cardiologia.

1992 – Implantada a Central Nacional de Intervenção Cardiovascular – CENIC, uma das maiores coletâneas de dados sobre intervenção cardiológica mundial, sob a direção de Amanda Guerra de Moraes Rego Sousa.

1993 – Criação do primeiro consenso da SBC: Consenso Nacional sobre Cardiopatia Grave.

1995 – Criação da técnica de ablação epicárdica, realizada no Incor por Eduardo Sosa.

1995 – Iniciado o processo de informatização da SBC, realizada na gestão de Iran Castro (1995/1997).

1998 – O XIII Congresso Mundial de Cardiologia é realizado pela primeira vez no Brasil, no Rio de Janeiro, presidido por Mário Maranhão, sendo Ayrton Pires Brandão, o Chairman, e Rafael Leite Luna, o Presidente da SBC.

2000 – Iniciado o processo de digitalização das edições dos Arquivos Brasileiros de Cardiologia, a partir de 1948, realizada na gestão de Gilson Soares Feitosa (1999/2001).

2001 – Primeira publicação que descreve a controle da reestenose coronária pela técnica de implante de stent com eluição de fármacos (stent farmacológico) por José Eduardo Moraes Rego Sousa, no Instituto Dante Pazzanese.

2001 – Primeiro presidente brasileiro da World Heart Federation, Mário Maranhão.

2001 – Bolsa de aperfeiçoamento Prof. Rubens Maciel, concedida pela SBC para o apoio ao profissional na área de conhecimento da cardiologia, que proporcionou maior qualificação individual e maior retorno à prática médica através da Educação Médica Continuada, realizada entre 2001 e 2005.

2008 – Realização da primeira sessão conjunta no Congresso do American College of Cardiology.

2009 – Criação do Capítulo Brasileiro do ACC, coordenado por Antônio Carlos Palandri Chagas.

2020 – Doenças cardiovasculares afetam mais de 14 milhões de brasileiros e são responsáveis por mais de 380 mil óbitos todos os anos. A SBC tem atuado fortemente por intermédio da promoção e da prevenção, da difusão da educação médica e da titulação de especialistas para qualificar a assistência às doenças do coração no Brasil.

Nas duas últimas décadas, a cardiologia brasileira se destacou no cenário internacional com ampliação sólida do intercâmbio científico com suas congêneres nos Estados Unidos e Europa. A pós-graduação em cardiologia se desenvolveu e se firmou com a formação de doutores que hoje estão presentes em vários estados do país. Também merece ênfase a participação dos pesquisadores de centros nacionais em diversos ensaios clínicos randomizados, registros e outras pesquisas, sedimentando as bases científicas da cardiologia moderna.

A cardiologia brasileira contribuiu, decisivamente, para a consolidação do Sistema Único de Saúde (SUS), alcançando grande abrangência assistencial, por intermédio da realização de procedimentos de alta complexidade, em volume extraordinário, em diversos estados brasileiros.

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